Ainda o campo versus cidade

20.2.14
Uma pessoa vive sempre nesta dúvida se será melhor educar os filhos na cidade, ou no campo, até ir deitar um deles e desejar-lhe sonhos cor-de-rosa. Ele pergunta: "Cor-de-rosa porquê?" e eu lá acrescento outras cores, acabando por lhe desejar sonhos cor do arco íris. É claro que não foi possível ficar por aí e lá tive de explicar que eu, por exemplo, ia sonhar com um céu azul, um sol amarelo e um campo muito verde, cheio de flores vermelhas e violeta.
"Ah", exclamou ele, como se tivesse percebido tudo de repente, "eu vou sonhar com um passeio e uma estrada e muitos carros na estrada e muitas lojas para comprar candeeiros e o japonês para comprar outra lanterna, que a minha avariou, e móveis para a cozinha que vão para um camião e depois para as casas das pessoas para serem montados"...

9 comentários:

  1. Ahahahah. Respondi-te, ou não, no meu blogue! Não há mesmo uma resposta...

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  2. Eu também sempre pensei que não havia nada como o campo... e depois saí da cidade e vim para a província e é tudo muito bonito, mas a cidade faz cá uma falta... Ser provinciano é muito triste, o Eça sempre nos avisou para esses perigos... : )

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  3. A minha homónima passa a vida (so to say :) a roubar-me as palavras, mas vejamos, caso a caso (e quantos são os casos?):

    quando me meti nesta encrenca do Concelho (entidade mui adorada pelo caciquismo - suponho que não exclusivamente - nacional), percebi em 3 tempos (não parece, mas significa mesmo rapidez) as vantagens que apresentava tanto para o crescimento das meninas (atenção, mãe divorciada, nhonhónhó). Saía tarde do trabalho, elas vinham sozinhas- 9 e 12 anos - para casa (as escolas a um passo). Quando atingiram a adolescência, e por existirem tão poucos jovens por estas bandas 'interiores', passeavam em grupo, mesmo durante a noite. Aqui, aliás, nenhum faz festas de aniversário caretas com meia dúzia de caracóis, não, juntam-se a ponto de encherem restaurantes (cada um paga o seu, a sangria fica a cargo dos pais do aniversariante). Há coisas que eu considerava inexistentes, mas sim, quando começam a atingir a maioridade (não esqueço que as minhas têm a memória da cidade, onde nasceram), querem, precisam, reclama, exigem a plenos pulmões... a cidade. E é preciso compreender, passa-se comigop também, embora num domínio mais directamente 'cultural' (cinema, exposições, cinema, teatro, às vezes, cinema, mais cafés, cinema, outras ruas, cinema).

    O Eça tinha um bocado a mania pois que "a cidade", no caso dele, era a estranja... (a malta, contudo, perdoa-lhe tudo :)

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  4. Eu acho que cidade e ferias ou fins de semana no campo são o ideal para retemperar forças!

    Beijinho

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  5. Gosto dos dois com intensidade semelhante, o que torna difícil uma escolha. Moro num bairro com ares suburbanos e embora aprecie a tranquilidade do meu sono, sinto uma falta enorme do burburinho das pessoas durante o dia (trabalho em casa). Quando estou no campo, sinto falta da cidade e vice-versa. Um tormento.

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  6. Mas as nossas cidades, mesmo a capital, tem tanto de campo, comparada com outras. E é tudo tão junto que tá para sonhar esta noite com o campo e na próxima com a cidade...
    Desdramatiza ;)

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  7. confere: é melhor educar os filhos no campo - vão sonhar que vão plantar batatas e cenouras, depois colhe-las e depois descascá-las e depois fazer uma sopinha que vai ser comida pelos pais famintos.

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  8. A mim, o que me preocupa é o seguinte: ok, crio os miúdos aqui entre o campo e o mar, sem trânsito, com batatas e cenouras debaixo da janela e ar puro a rodos. Mas,... E depois?? Eles crescem, vão para a dita cidade, e eu?? Fico aqui com as batatas?..

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  9. Como se vê pelos comentários, nem quem já está no campo tem certezas ou evita as angústias... Tudo é lindo até coiso. Vai-se andando com a cabeça entre as orelhas, kilometros para cá, kilómetros para lá, inisiste-se com o vocabulário botânico no supermercado ou reforçam-se as explicações de sistemas de semáforos enquanto se atravessam as serras... Faz-se o melhor que se pode e a mais não somos obrigados. O resto é lá com eles! (Glup)

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