Uma história de amor

18.2.14

Estava tão habituada ao espanto que saía comigo da sala de cinema depois de ver um filme de Spike Jonze que desta vez quase fiquei desiludida. Digo quase, porque continua a ser um gajo capaz de surpreender, mas aquela história de amor, não sei, pareceu-me apenas uma história de amor como outra qualquer. Talvez fosse essa a ideia do realizador, já que mostrar um gajo (e que gajo!) apaixonado por um sistema operativo, que por sua vez também se apaixona, tem tudo para ser "anormal", mas a verdade é que parecem apenas dois amantes que vivem em sítios diferentes.
Depois há a solidão, claro. A tecnologia e a solidão (há também a moda estranha de os homens usarem calças de cinta subida, com um cós descido, como se as partes íntimas precisassem de mais espaço), mas há sobretudo uma essência humana captada de forma ímpar e muito presente nos diálogos entre Theodore e Amy (fizeram-me lembrar a Miranda July). E há ainda a música, essa sublime forma de arte que acompanhará o ser humano até ao fim dos tempos.

A seguir ao cinema correu tudo mal, ao ponto de me apetecer sentar a um canto a chorar como os desenhos animados japoneses. Por isso, não volto ao cinema à hora do almoço.

4 comentários:

  1. Calita, explica-me lá uma coisa, querias chorar por não gostaste nada do filme, ou porque como em todos os filmes de histórias de amor, és como eu, e acab por sair lá deprimida porque tb quero uma história de amors daquelas, que por sua vez até sei que só nos filmes existem(mais ou menos), mas mesmo assim, só me apetece chorar! Este meu comentário, carece de resposta! :)

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    1. Não, nada disso, eu gostei muito do filme e, confesso, já vivi melhores histórias de amor do que algumas do cinema :)
      Apeteceu-me chorar porque, pela primeira vez na minha vida, pensei que só podia estar a fazer alguma coisa errada para ter dois pequenos selvagens a fazerem o oposto do que lhes pedia (e eu peço pouco, a sério) e a portarem-se tão mal, que me fizeram corar no eléctrico.

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    2. Para a próxima, choras. E ficam eles a corar no eléctrico.

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    3. gralha,

      nem mais, que eles são sensíveis à dor :)

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