Ruivos

15.10.13
Pedi ruivos, porque não como ruivos sei lá há quantos anos (os peixes, refiro-me aos peixes, calma) e a senhora abanou discretamente a cabeça, tipo, não leve isso. Não trouxe, com muita pena minha, pois lembro-me que ruivos com batatas cozidas era um dos meus pratos favoritos em criança. É, pode-se dizer que eu era uma criança um bocado estranha.
Depois fui em busca dos outros itens da lista: umas sapatilhas para um ("eu já não te disse que tenho de levar as sapatilha num saco de pano, mamã); uma bata para outro; uma capa de micas ("de capa preta, não te esqueças") para outra e a pensar que tinha tanto onde gastar o meu tempo e o meu talento em vez de carregar itens de um bocado de papel rasgado de um caderno pautado e soprar para o cabelo que teima em cair à frente dos olhos apesar dos 37 ganchos que lhe ponho.
Ou não. Se calhar, isto é tudo o que importa agora e amanhã, amanhã, talvez possa voar.

2 comentários:

  1. Apesar de tudo: do que faças, como faças ou do que poderias fazer, sinto-me enjaulada e penso que estás já a voar. Vês a diferença de perspectiva de quem está num sótão sem janelas que é o local de trabalho?
    E o que são ruivos? É pexe vermelho?

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