Civilizar

6.2.19
Um dia destes estava a olhar para os meus filhos enquanto comiam Nestum, só os flocos, no sofá. Podia ser uma coisa bonita de se ver, até porque estavam relativamente calmos e porque são lindos, obviamente, mas acontece que estavam a comer sem colher. Ou seja, enfiavam a boca e o nariz dentro da malga e aspiravam, ou lambiam os cereais com mais açúcar do que fibras e proteínas.
Sei que houve um momento da contemplação em que quis pedir-lhes para comerem como gente, mas não disse nada. Fiquei só a olhar para eles, fascinada com a "jabardice".
Há coisas incríveis nos dias das mães e dos pais quando as crianças são pequenas, mas aquilo que melhor define o dia-a-dia de uma família com crianças, não tenho dúvidas, é a "jabardice".
Eu sei que há pessoas muito bem sucedidas a civilizar a suas crias desde tenra idade, eu não sou uma delas, como já se percebeu. 
A certa altura um deles segurou, com o dedinho anelar, um floco que estava a escorregar pelo queixo e eu: ''alto, nem tudo está perdido!'', mas logo a seguir vi-o limpar a boca com a manga da camisola.

P.S Um ano depois mudei, finalmente, o header. Um salva de palmas para o #homemdosmilofícios.

5 comentários:

  1. Não sei se fui bem sucedida na tarefa de civilizar o meu filho, que já é adulto, mas sei que o cenário que descreve era impossível de ser levado a cabo por qualquer criança à minha responsabilidade. Isso de ser uma mãe cool e de achar piada a coisas assim deixará de ter a tal piada quando realizar, daqui a uns anos, que tinha sido melhor ideia ter preparado os seus filhos para a civilização onde, inevitavelmente, viverão. A jabardice só faz parte da vida de quem quer.

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  2. eu vou apenas comentar que «javardice» em com V, ou já sabe e é porque é do Norte? ;)

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    1. Deveria estar entre aspas, já lá estão. Obrigada.

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  3. há lá melhor coisa do que comer com as mãos?

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