Os livros

7.10.15
Pois bem, enquanto arrumávamos as nossas coisas decidimos que deveríamos mandar para cá alguns livros, juntamente com outras coisas essenciais, como o órgão da Bea, a minha máquina de costura e a iogurteira.
Portanto, assim de repente vimo-nos perante o dilema de decidir que livros levar para uma ilha, que não sendo deserta é, pelo menos, distante. E eu, que nunca soube responder a essa pergunta dos livros e da ilha, acho que escolhi depressa e sem pensar muito. Tanto que nem me lembro ao certo que livros estão neste momento em alto mar. Lembro-me que pus de parte a biografia da Duras e alguns livros do Vila-Matas mas não tenho a certeza sobre o Diário da Virgínia Woolf. Também tenho a impressão que separei um clássico, tipo A Odisseia, que nunca li e queria aproveitar para ler, mas creio que eram demasiados volumes e desisti.
Assim sendo, no que diz respeito aos livros viemos apenas com os que estávamos a ler na altura, que é mais ou menos o equivalente a vir para cá apenas com a roupa que tínhamos no corpo. O que, em boa verdade, é o suficiente, se pensarmos bem.
Perante isto, e depois de terminar o meu "Disse-me um Adivinho", dei por mim a ler o"Apenas Miúdos", da Patti Smith e um policial da Camilla Läckberg, trazidos pela Bea. Depois, decidi comprar mais um ou dois e, perante a oferta, optei pelo "Comer, Orar, Amar", porque uma das partes do livro passa-se em Ubud, um dos sítios que mais gostámos de conhecer em Bali e "Da Cruz ao Sol Nascente", um livro de um Jesuíta que conta a sua experiência em Timor ao longo de 38 anos.
Entretanto, estou a ler um emprestado, A Batalha das Lágrimas, e sinto-me como quando tinha 11, ou 12 anos e lia tudo o que me aparecia à frente, desde aqueles romances de cordel Sabrina, até ao Dostoievski, com o mesmo entusiasmo.

4 comentários:

  1. Não sei porquê, acho que o calor húmido se presta realmente à leitura de biografias. Se precisares de alguma coisa com urgência relativa, tenho os CTT a 200 metros de casa.

    Entretanto, atiro-me aos livros de Outono e começo a tomar a vitamina D. Cada um tem o que pode.

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  2. Olá Não li o livro do jesuíta mas ouvi muitas vezes as histórias dele, que oscilam entre o arrepiante para lá de tudo o que já ouvi e o muito, mas muito cómico. Já conheceste o Padre Martins? Visita-o um dia, se te apetecer, recebem-te bem. E o Padre João Felgueiras, companheiro do P. Martins, é uma pessoa que vale mesmo, mesmo a pena conhecer. Eu, que não sou nada, mas nada, de padres e afins, nutro uma quase veneração pelo P. Felgueiras, acho-o a pessoa mais próxima da santidade que alguma vez conheci.
    Tenho muita inveja de ti e da tua família.

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  3. Mas não ha bibliotecas/livrarias em Dili ? Como fazem os outros expariados ?

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    1. Bibliotecas só a da universidade e a da Escola Portuguesa, que pode ser usada pelos pais. Livrarias só com livros não há nenhuma. Mas há duas ou três livrarias/papelarias, com pouco oferta, e há pelo menos um sítio que faz troca de livros. Não tenho razões de queixa nessa matéria.
      A meia dúzia de livros que enviámos para cá foi por uma questão sentimental. Algumas pessoas aqui em casa nutrem afecto por certos objectos, o que não é o meu caso. A máquina de costura veio, por sugestão do Jaime, e porque havia espaço no caixote.

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