Porto

13.2.14
Foto de Carolina Mendonça

Nas últimas semanas/meses, tenho passado grande parte do meu tempo em casa. Metida em casa. Fechada em casa. Dei por mim a aquecer café, porque não me apetecia descer. Pior, dei por mim a beber iogurtes ao pequeno-almoço, porque não tinha leite e sair para comprar, nem pensar. Quem me conhece sabe o quanto isto é grave, porque o leite com café e o pão com manteiga, ao pequeno-almoço, estão para mim como as ondas para os surfistas.
Mesmo assim, só me preocupei quando me apercebi que começava a suar e a ficar com taquicardia antes de sair de casa para ir apanhar os meninos. Pensei, pronto, estás mesmo toda fodida, amiga.
Acontece que esta semana tive de vir ao Porto e aqui, no melhor destino da Europa, sabem quanto tempo passo em casa? Nenhum, se não contarmos as horas de sono. Bendita cidade! Por falar nisso, espreitem aqui os sítios preferidos do Porto de certas e determinadas pessoas.

12 comentários:

  1. Morei no Porto por um ano, fui e voltei imensas vezes depois desse período. Achei que tinha superado o meu desejo de lá morar, mas é uma ilusão. Aqui em Inglaterra, onde moro, estou mais ou menos como a Calita. Não chego a suar, mas planejo as minhas saídas com a minha filha como se fossem operações de guerra porque não me apetece sair. Não corto os cabelos há quase um ano, trabalho em casa, faço compras online. Sonho que pego um autocarro que sai de Bristol e chega ao Porto após passar pelo metro. É um sonho recorrente. Estou tentando retornar porque preciso do Porto. Pode ser uma ilusão, que meu problemas tenham uma raiz muito diferente, mas a verdade é que aí sinto-me mais viva. Por isso, de certa forma, percebo o que diz.

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  2. Como a pensar que é perigoso ir ao Porto. Não existiram grupos de ajuda ?
    Mas, afinal, o que este post quer dizer é que daqui a uns meses/ semanas, este blogue vai acabar ?

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    1. Carla, não te preocupes. Este blog vive mais da alma da sua autora do que da cidade. Ela conseguiria angustiar-se existencialmente também no Porto para continuar a oferecer-nos literatura de alta qualidade. Nada temas.

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  3. Vou falar-te pela 1.ª vez do meu amor platónico com o Porto. Quando estava para entrar na universidade tinha tudo planeado: Porto. A minha mãe que não, ai tão longe, ai se precisares de ajuda não conhecemos lá ninguém, a família toda em Lisboa... não sei se chegou a chorar. Fui para Lisboa. Tinha que ser. Tinha que conhecer a Gralha, estava escrito. É óbvio que a minha colega de quarto era... do Porto, claro. Deprimida com Lisboa, que o Porto é que era... Em birtude de ter uma colega do Porto fui ao Porto um fim-de-sema com ela. Aquilo é que foi uma delícia, passear toda a cidade a pé, apaixonada, completamente rendida. Lembro-me de uma ruela, daquelas em escadinhas, Rua de Santana, creio que perto da Sé e eu a pensar que quando fosse para o Porto ia viver para ali. Como ia ao Porto inscrevi-me num seminário de Comunicação e no dia em que fui sozinha de autocarro para a Boavista, a sentir que podia ser assim, todos os dias, deu-me um daqueles ataques de pessoas menstruada, ele era suores, fiquei branca, deixei de ver, foi horrível, as pessoas afastaram-se de mim. Parecia uma drogada a ressacar, ainda que bem vestidinha. Lá passou, recompus-me mas não me lembro de grande coisa do seminário.
    Anos depois conheço o meu homem. Vindo da África do Sul qual foi ´primeiro sítio em que lhe ofereceram emprego? Lá está, no Porto. Maravilhado com a cidade, foi lá que procurou poiso quando veio para Portugal. No dia de ir trabalhar voltou atrás, não foi. Não sabe porquê. Eu sei, tinha que vir para aqui, para me conhecer. Falhámos ambos o Porto para nos podermos conhecer.
    Fomos aí há tempos ver um carro, achámos a viagem mais rápida do que prevíamos, levámos os miúdos. O mais velho adorou o Douro e perguntou se aí vivêssemos, se podia ir pescar no Douro, ahahahahah!
    E é isto. Ambos apaixonados pelo Porto. Se não for antes vamos para aí viver a reforma. Algum dia há-de ser, carago. :)

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  4. Já tínhamos espreitado (todos, aposto), por quem nos tomas?
    E, se for para acabar com os Panados, dá-nos Tripas, que delas faremos contigo-convosco-connosco - corações :*

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  5. São sintomas assustadores e cíclicos, quanto menos se sai, menos apetece... E tornam-se devastadores. Tive que (re)aprender a estar em casa a tempo inteiro (trabalhar + "normal") e criar hábitos que quebrassem esse ciclo, para os dias não serem um non stop sem ver falar ou ouvir ninguém. Ainda estou em aprendizagem!
    Uma ida ao Porto parece-me que é o teu ponto de mudança até porque sabes que é onde está o teu passado e por onde passa o teu futuro cheio de projetos!

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  6. São sintomas assustadores e cíclicos, quanto menos se sai, menos apetece... E tornam-se devastadores. Tive que (re)aprender a estar em casa a tempo inteiro (trabalhar + "normal") e criar hábitos que quebrassem esse ciclo, para os dias não serem um non stop sem ver falar ou ouvir ninguém. Ainda estou em aprendizagem!
    Uma ida ao Porto parece-me que é o teu ponto de mudança até porque sabes que é onde está o teu passado e por onde passa o teu futuro cheio de projetos!

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  7. Tenho mesmo de ir ao Porto este ano. Por mim e pelos meus rapazes que ainda não o conhecem. Felizmente, consigo ser apaixonada por Lisboa e pelo Porto (e por Coimbra, Tomar, Évora, Ponte de Lima, ahhh, tanta cidade maravilhosa).

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  8. Parece-me que encontraste uma solução para um dos problemas do post anterior ;)

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  9. Isto sim, é uma bela declaração de amor pelo Porto!

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