Anda-me a sair cada bojarda!

7.1.14
"Se queres destacar-te em alguma coisa, sobretudo na área em que queres especializar-te, tens mesmo de estar focada nesse objectivo e trabalhar muito. Não podes dispersar-te, ou acabas uma frustrada como eu". Andam-me a sair bojardas destas pela boca fora.
Eu sabia que quando ela chegasse à adolescência a nossa relação seria obrigatoriamente diferente e sabia que a minha intuição me ajudaria a perceber a melhor forma de lidar com isso. O que eu não sabia era que haveria de dizer coisas tão sonantes e pesadas.
A ideia era ela aprender na escola a gramática, matemática e físico-química e o resto connosco, no nosso quotidiano, nas nossas viagens, nas discussões à mesa e depois ela decidia se ia para a universidade, ou fazer uma viagem à volta do mundo, ou voluntariado numa ONG.
Como é que se tornou tudo tão sério?

6 comentários:

  1. Pronto, mas agora que já sabes que consegues dizer, não digas mais bojardas dessas. É mais sério para ti, para ela é um bocado cedo para ser tão sério, sem desvalorizar - de todo - a parte de que é preciso ensiná-los que o esforço compensa (mesmo quando parece que não).

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  2. Take it easy. Não vale a pena ser tão sério pois a Bea ainda tem imenso tempo para se focar no que quer que seja :)

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  3. Um clássico: pais a tentar que os filhos façam aquilo que eles próprios não conseguiram. Só que os filhos, mesmo os mais fantásticos, não fazem esse trabalho por nós.
    (Será que já te falei da minha amiga que queria muito que as filhas tocassem instrumentos musicais? Até que finalmente se deu conta de que era ela quem queria aprender - começou a tocar violino, e as miúdas começaram a interessar-se também por música. Aprenderam com o exemplo, e não com as secas que a mãe lhes dava.)

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    1. Ando a pensar nisso há bastante tempo e acho mesmo que nesta altura tenho de lhe mostrar como pode chegar onde quer chegar. Se ela quisesse ser florista diria que, além de estudar a flora, precisava de fazer muito trabalho de campo para perceber as flores, identificá-las e aprender a tirar o melhor partido de cada espécie. Mas ela quer ser actriz...

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    2. E ainda bem que não quer ser astronauta... aí é que não sabias mesmo que conselhos dar. ;-)

      A minha perspectiva (de mãe desleixada e preguiçosa, se quiseres) é: eles estão a crescer para um mundo que eu nem sonho como será. Os filhos dos meus amigos estudam cursos que nem consigo perceber o que são e para que servem (lá está: estudar para ter uma profissão...). O meu papel não é ajudar os filhos a planear os próximos passos, mas manter o enquadramento que lhes permite dar esses passos com segurança. E tenho de ter muito cuidado com os conselhos que dou, porque podem transportar os meus medos, as minhas insuficiências e as minhas ilusões.
      Bom, mas isto sou eu. Não sei se estou em condições de ditar leis universais no que diz respeito a criar filhos.

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    3. Concordo plenamente e lá está, eu quero acreditar que estou precisamente a "manter o enquadramento que lhe vai permitir dar esses passos com segurança". E estou cometer erros, naturalmente, e a aprender com eles, espero eu.

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