Vi-o doente, ouvi os seus gemidos;
Sinto a memoria negra, ao recordá-lo!
A Mãe baixava os olhos doloridos
Sobre o Filho. E era a Dôr a contemplá-lo!
Depois, nesses instantes esquecidos,
Ou lhe falava ou punha-se a beijá-lo...
Mas, retomando, subito, os sentidos,
Estremecia toda em grande abalo!
Fugia de ao pé dele suffocada,
A sua escura trança desgrenhada,
Os seus olhos abertos de terror!
E então, num desespêro, a Mãe chorava,
E, por entre gemidos, só gritava:
Amôr! amôr! amôr! amôr! amôr!
Teixeira de Pascoaes, in 'Elegias'
Que poema extraordinário, já não me lembrava dele. E que sensibilidade a sua para falar do maior golpe do destino desta forma. Um abraço do coração. Susana Alves
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ResponderEliminarque dor tão grande :-(
ResponderEliminaré isto. sem músicas, imagens, sem mais uma palavra, sem rigorosamente mais nada. A dor.
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