Eu nesse caso explico que lá em casa não é uma democracia, porque uns mandam (eu e o pai) e os outros obedecem, ou seja, os manos. Ainda assim, gosto sempre de negociar e de recompensar. E lembro-lhes que se não os amasse tão profundamente eles bem podiam fazer o que quisessem que eu cá não me importava nada. Arrumar faz bem à saúde.
Aí já tenho imensas dificuldades. Eu só posso mandar na medida em que o meu mandar é razoável e eu dou o exemplo. A autoridade não se confunde com prepotência ou lei do mais forte. Não posso exigir deles que o quarto deles esteja mais arrumado que o meu. E como é que lhes explico que ao fim de meia hora têm de desligar o computador, mas eu posso ficar o tempo que me apetece no facebook e nos blogues?
Essa é uma discussão antiga cá em casa. Eu partilho a opinião de dar o exemplo (tanta sopa como eu sem me apetecer!), mas admito que eles têm de saber quem manda. Só que há tantas formas de mandar. Eu diria mesmo que saber mandar é uma arte.
Eles têm de saber que os planos não se confundem, é óbvio. Mas qual é a base da autoridade dos pais? Não pode ser apenas o estatuto ou a força. Penso que a minha autoridade se baseia no facto de eu ser adulta (quer dizer, de eu ter um comportamento de adulto!) (ahem... infelizmente, às vezes também sou vítima das minhas próprias limitações), de ter mais experiência, obedecer a um conjunto de referências mais ou menos imutáveis (as minhas ordens estão em sintonia com essas referências, e não com a minha vontade do momento) e de nunca lhes faltar à verdade nas palavras e nos gestos.
Sobre a sopa: uma das frases mais importantes que me deram para educar os filhos foi "pick your fights". Estávamos na casa de uma psicólogo, a insistir com o nosso filho para que comesse a sopa. O rapaz só começou a comer sopa, e legumes, quando o pai o convenceu que essas coisas fazem músculos fantásticos para jogar bem futebol.
Penso que o papel dos pais é ajudar os miúdos a encontrarem-se consigo próprios, a estar bem dentro de si, a ganharem uma boa estrutura. Eles não são extensões nossas, nem bonecos telecomandados - e muito menos uma espécie de montra do que nós próprios gostaríamos de mostrar. Partindo deste princípio, a difícil arte de mandar torna-se um pouco mais fácil.
Ai, isto é um tema que não acaba... Uma das coisas que me surpreendia mais quando a nossa filha mais velha era ainda um bebé de meses: ia para a cama às sete da noite, e se ficava por lá a chamar, o pai ia ao quarto dela e dizia "O teu dia acabou. Agora o pai e a mãe querem conversar sossegados, esta é a tua hora de ficar quietinha na cama". Ela calava-se, e dormia a noite toda.
Ahahaha !
ResponderEliminarE a reprimenda à mesa, porque entornaram sem querer o copo de sumo ?
isso da palmada bem dada nos adultos não é cena que obrigue a colocar a bolinha vermelha no canto superior direito?
ResponderEliminarNão estava a pensar nessas palmadas, mas para quem ache que são bem dadas, pois claro que sim, nesse caso, a bolinha vermelha justifica-se :)
Eliminarhehehe
ResponderEliminar(e quando a gente diz ao filho "vai arrumar o teu quarto!" e ele responde "e tu, quando arrumas o teu?" - é preciso dar uma palmada? a quem?)
Eu nesse caso explico que lá em casa não é uma democracia, porque uns mandam (eu e o pai) e os outros obedecem, ou seja, os manos. Ainda assim, gosto sempre de negociar e de recompensar. E lembro-lhes que se não os amasse tão profundamente eles bem podiam fazer o que quisessem que eu cá não me importava nada. Arrumar faz bem à saúde.
EliminarAí já tenho imensas dificuldades. Eu só posso mandar na medida em que o meu mandar é razoável e eu dou o exemplo. A autoridade não se confunde com prepotência ou lei do mais forte.
EliminarNão posso exigir deles que o quarto deles esteja mais arrumado que o meu.
E como é que lhes explico que ao fim de meia hora têm de desligar o computador, mas eu posso ficar o tempo que me apetece no facebook e nos blogues?
Essa é uma discussão antiga cá em casa. Eu partilho a opinião de dar o exemplo (tanta sopa como eu sem me apetecer!), mas admito que eles têm de saber quem manda. Só que há tantas formas de mandar. Eu diria mesmo que saber mandar é uma arte.
EliminarEles têm de saber que os planos não se confundem, é óbvio. Mas qual é a base da autoridade dos pais? Não pode ser apenas o estatuto ou a força. Penso que a minha autoridade se baseia no facto de eu ser adulta (quer dizer, de eu ter um comportamento de adulto!) (ahem... infelizmente, às vezes também sou vítima das minhas próprias limitações), de ter mais experiência, obedecer a um conjunto de referências mais ou menos imutáveis (as minhas ordens estão em sintonia com essas referências, e não com a minha vontade do momento) e de nunca lhes faltar à verdade nas palavras e nos gestos.
EliminarSobre a sopa: uma das frases mais importantes que me deram para educar os filhos foi "pick your fights". Estávamos na casa de uma psicólogo, a insistir com o nosso filho para que comesse a sopa.
O rapaz só começou a comer sopa, e legumes, quando o pai o convenceu que essas coisas fazem músculos fantásticos para jogar bem futebol.
Penso que o papel dos pais é ajudar os miúdos a encontrarem-se consigo próprios, a estar bem dentro de si, a ganharem uma boa estrutura. Eles não são extensões nossas, nem bonecos telecomandados - e muito menos uma espécie de montra do que nós próprios gostaríamos de mostrar. Partindo deste princípio, a difícil arte de mandar torna-se um pouco mais fácil.
Ai, isto é um tema que não acaba...
Uma das coisas que me surpreendia mais quando a nossa filha mais velha era ainda um bebé de meses: ia para a cama às sete da noite, e se ficava por lá a chamar, o pai ia ao quarto dela e dizia "O teu dia acabou. Agora o pai e a mãe querem conversar sossegados, esta é a tua hora de ficar quietinha na cama". Ela calava-se, e dormia a noite toda.
à maridos que de vez em quando ainda precisam mais que as crianças
ResponderEliminar"há" em vez de "à". era levar já uma solha com uma gramática de português na cara.
ResponderEliminarE uma pena nao ser para toda a gente.
ResponderEliminarHá adultos piores do que crianças, por isso...
ResponderEliminarHá por aí muitos adultos a precisarem dumas quantas palmadas...
ResponderEliminarBem visto.
ResponderEliminarMais aos adultos do que ás crianças.
Eu por mim dava a alguns adultos...:)
ResponderEliminarCerteira e na hora certa?
ResponderEliminarEra tão bom :)
Ena, ena, esta caixa de comentários está cheia de candidatos ao prémio Nobel da paz...
ResponderEliminar;-)
há adultos que mereciam tanto ...
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