Dia de Reis

6.1.13
E lá foi ele, o nosso Rei, para o Oriente, como convém nesta altura. Durante as próximas duas semanas e meia, sou mulher de um emigrante a cuidar dos três filhos sozinha (lá está, incrível como as coisas se repetem de geração para geração! Felizmente, na terceira, a emigração dura apenas alguns dias. Por enquanto...).
Eu costumo arranjar uma forma muito particular de lidar com estas coisas: zango-me e torno-me uma pessoa bastante insuportável. Desta vez ele decidiu imitar-me e zangou-se também, sem, no entanto, tornar-se tão insuportável quanto eu. Perfeito, pensei, assim ele só tinha de virar costas, como quem vai ali espairecer e volta já. Cheguei a pensar que nem ia chorar nem nada, quando muito podia deixar cair uma lagrimita assim disfarçadamente, mas qual quê, fiquei tal qual como da outra vez. Isto de se amar alguém perdidamente é uma seca, ou deverei dizer uma molha?

P.S Entretanto, acabei de decidir que quero começar uma tradição nesta família: a partir do próximo ano festejaremos os Reis, como nunca fizemos. Uma vez que no Natal temos de nos separar ano sim, ano não, nos Reis estaremos juntos, todos, para todo o sempre. Será a nossa festa da família.

9 comentários:

  1. Boa viagem, para o Jaime. E boa estadia, para ti, mãe-de-três... e amar perdidamente é uma molha, claro.

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  2. Uma molha, pois claro! Por aqui também há lágrimas nas ausências...

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  3. Espero que os miúdos não fiquem doentes. Quanto à molha, não sei do que estás a falar, não amarei perdidamente ? Esta agora ...

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  4. É uma molha mas boa, daquela que faz os campos florescerem:)

    http://ovagoencanto.blogspot.pt/

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  5. Espero que passe rápido, em seco ou molhado. E acho muito bem que comemorem os reis, nós comemoramos aniversário de casamento na véspera :)

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  6. O dito Rei está a mais de meio da viagem (faltam só 12 horas para o destino final) ainda sem dormir e hoje não terá cama para o efeito. Ocorreu-me há minutos, antes de ver o teu blogue, que se isto se mantiver assim , a nossa vida a nossa vida, terei de estar em Timor todos os anos nesta altura. E os Reis?

    E nós Calita, não nos amamos perdidamente. Perdemos-nos no amor, é certo. Mas pomos o fogo e a chuva na voz, repartindo ao vento os pedaços que hão-de ser de nós. E encontramo-nos nesse nós.

    Até já

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  7. É uma seca e não tem remédio.
    Então os Reis não sabem estar quetos, é?
    Nós festejamos também os Reis, que é a maneira de juntar os meus primos todos, que no Natal estão entre sogros / pais separados / maridos das outras / etc e é um dia espectacular a lembrar a minha infância, quando éramos descomprometidos, cantávamos em cima das cadeiras e as famílias eram (um pouco) mais simples.
    Pelo comentário do Rei, quando regressar vai haver festa ;)

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  8. Ah, dica para o Rei, este jantar não tem que calhar mesmo no dia 5

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