Tréguas

17.10.12
A Beatriz anda de muletas, porque caiu-lhe um extintor em cima do pé. Ligaram-me da escola que a menina tinha de ir para o hospital, porque tinha havido um acidente e tudo em mim deixou de funcionar, a circulação sanguínea estancou, o coração parou, deixei de pestanejar, respirar, etc. Só o ouvido direito aguardava o resto da informação. Era por aí que a senhora devia ter começado o telefonema - olhe, caiu um extintor aqui na escola, a sua filha estava lá perto e levou com ele no pé, pronto, eu até me tinha rido, talvez.
Depois caí eu, de costas, de cima de uma cadeira, a tentar limpar a parte de cima de uma das portas do armário da cozinha velha da casa nova. Insultei a cadeira e voltei ao trabalho sem conseguir evitar pensar que os acidentes acontecem, mesmo, quando menos se espera.
Seja, como for, e não sei se é perceptível no meu discurso, não atribuí grande importância aos incidentes, uma vez que não resultaram em nada de muito grave, mas depois ligou-me a minha mãe e para explicar porque é que o Jaime tinha ido buscar a Beatriz, lá tive de lhe dizer que ela anda de muletas e o porquê e ela interrompe para dizer (é uma coisa que ela não consegue evitar) "só pode ser o diabo", eu decido ignorar, claro, até porque estou mais do que habituada a comentários absolutamente despropositados da parte dela, mas fiquei a pensar se haveria alguma forma de pedir educadamente ao "diabo" para me dar umas tréguas.

4 comentários:

  1. As melhoras para a Beatriz, e para ti! As nossas mães são sempre umas fatalistas!

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  2. Pedindo "se faz favor"?...

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  3. As vossas melhoras e muita calma... quanto mais se pensa nas coisas, mais se atrai!! "Vira essa boca pra lá!" e "Vá de retro satanás!" (assim com letra pequena e tudo, para retirar-lhe a importância que pensa ter ;))
    Beijinho e boa noite*

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  4. É caso para dizer que o extintor tinha o diabo no corpo...

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