Como sobreviver três semanas e meia desligada em seis passos

30.11.10
1) ocupar o tempo com outras coisas, tais como: tirar todas as mobílias, roupas, louças e tralhas várias de uma casa e passá-las para outra.

2) ficar ligeiramente deprimido e/ou mesquinho sem vontade de saber o que se passa, porque afinal de contas toda a gente tem vidas magníficas e faz coisas extraordinárias, enquanto nós tentamos secar roupa num estendal que não funciona.

3) confirmar, junto de uma pessoa próxima, quantos comentários temos no blog para ficarmos a saber que estar aqui ou não estar é absolutamente igual ao litro.

4) convencermo-nos (e isto exige algum esforço) que o herpes labial, a gravidez que vai quase a meio, o bebé a dizer MAAAAIIINHE e PAAAAIII e os livros que lemos são coisas que só interessam a nós e, algumas delas, a mais meia dúzia de pessoas que podem telefonar a perguntar.

5) definir objectivos interessantes, como contabilizar as despesas mensais, e, depois de somados todos os recibos, descobrir que num mês foram gastos 559,73€ no supermercado e 175,9€ em refeições fora de casa.

6) ir dormir às 10h da noite.

Off

5.11.10
Desligo o computador por uns dias, mas antes de o empacotar alguns apontamentos:

*Está-lhe no sangue, para o bem e para o mal, esta coisa de relatar.

*Fui ao teatro. Gostei muito. E da baixa cheia de gente numa noite quase de Verão. Lisboa, às vezes, tem um certo encanto.

*O Jaime gostava de ser electricista. Eu disse-lhe que podia ser costureira e começarmos uma vida nova.

13 meses

2.11.10

Sempre gostei de babyblogs mas eu nem sequer um álbum de fotografias dos pequenos tenho, quanto mais um registo do dia a dia com eles. Além disso, conhecendo-me como me conheço, sei que seria tremendamente difícil escrever apenas sobre um aspecto da minha vida, ainda que seja O aspecto que ocupa os meus dias e dá cabo da minha existência, apesar do sentido que lhe dá, à minha existência.

Isto tudo para dizer que o pequeno tem 13 meses. Passou um ano, um mês e dois dias desde que nasceu. O primeiro ano é um acontecimento e tanto, porque basicamente é quando eles iniciam tudo o que vão aperfeiçoar daqui para a frente, excepto o uso da sanita. Aprendem a comer, a andar, a falar, a exigir em decibéis improváveis numas cordas vocais tão imberbes.

Olho para o Isaac e já vejo mais o rapazinho do que o bebé. Talvez por ele ser tão independente: quer comer sozinho, beber café, pôr a manteiga no pão e não é grande fã de colo. Tem um sorriso que ilumina as madrugadas (ele acorda às 6h) e testosterona q.b para 70 cm de gente. Continua a gostar de comer papel, de ver a máquina a lavar a roupa, de guardar coisas dentro de coisas (tecidos dentro das minhas galochas, por exemplo), de andar nu pela casa e de fazer sons guturais enquanto corre de um lado para o outro. Usa a primeira palavra que aprendeu - então - regularmente e contextualizada, mas diz poucas coisas que se percebam. Come bem e dorme assim-assim. Dá beijos deliciosos.

É o meu menino.