A festa

3.5.10
Pior do que ir ao ginecologista, ou prostaglandinas - ou talvez esteja a exagerar, não deve haver nada pior do que estas hormonas sintéticas para esgaçar o colo do útero - são as festas de aniversário das crianças. Felizmente a Bea só as festeja, com amigos dela, desde os seis anos e eu pensei que nenhuma ia bater a do ano passado, com umas quantas crianças a dormir cá em casa numa "pijama party". A deste ano, uma "aqua party", foi na piscina, como o nome indica, e eu toda contente: pago mas pelo menos não me chateio tanto e eles pulam e nadam e cansam-se e vão-se embora. Não, esqueci-me de um pormenor importante: os pais das crianças. Pois que dei por mim em alegres conversas sobre as festas da Leonor no hipódromo de sei lá de onde, sobre os colégios de Lisboa e as férias sei lá onde também (e eu a olhar para a mesa com pães de leite daqueles embalados, porque me esqueci que no feriado do trabalhador está tudo fechado, e gelatinas pré-fabricadas, e o bolo feito por nós, o que até podia ser giro, mas não é, porque há "o melhor bolo de chocolate do mundo" à venda e é super chique) . Pior, dei por mim em alegres conversas com pessoas que tratam os filhos por você. Já nem sei o que é melhor, se ver um grupo de miúdos a insultarem-se uns aos outros de puta para cima e "ao menos fulana sabe porque é que a mãe está presa", como ouvimos o ano passado; ou estar com crianças muito bem comportadas mas que nem sabem que existem escolas, acham que só há colégios, o conservatório e o ginásio. Ainda bem que ela os mistura a todos numa piscina. Mas que fica uma cena estranha, fica!

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