Imaginem se eu não fosse feminista

20.11.20


Prometo não ter mais ideias sobre férias, ok? Foi só querer usar os domingos a passear para vir a ordem do confinamento. Bom, mas antes disso ainda conseguimos fazer um programa, desta vez a cinco. 

A Bea veio dormir à Póvoa e os irmãos acharam que ela tinha de ir experimentar um restaurante onde somos nós a cozinhar na mesa. É um daqueles clássicos, aonde as famílias vão em romaria, com comida realmente boa e um pudim abade de priscos que nos deixa felizes. 

Depois, como queríamos deixá-la em casa aproveitámos para ir ver a exposição da Yoko Ono e passear no Treetop Walk. Ir a Serralves é sempre bom, sobretudo quando as exposições valem a pena. Quer dizer, logo no início fiquei espantadíssima por ver, na instalação de korakrit Arunanondchai, uma planta a mexer-se e a questionar-me se haveria algum tipo de sensores. Quando percebi que era um dos meus filhos que estava a conseguir tal proeza não deu para continuar concentrada no que estava a ver (benditas as crianças que visitam exposições sem necessidade de correr e apontar o dedo demasiado perto das obras).

Para piorar a Yoko Ono fez umas instalações interactivas, em que a pessoas podiam pintar, ou carimbar. E como explicar aos meus ricos filhos que nem todas as obras careciam de intervenção, sobretudo a do martelo pendurado?

Resumindo, o Jaime gostou mais da exposição O Sol Não Se Move, Capítulo 35, eu não consegui ver nada muito atentamente, a Bea disse qualquer coisa sobre a Yoko lhe parecer um bocado hippie pedante e todos adorámos passear pela copa das árvores. 

O que me deixou perturbada foi ver a Yoko Ono como artista, quando achava que era só a namorada do John Lenon e fazia umas coisas. E ver toda a exposição de R.H. Quaytman convencida que era um homem. O machismo está-nos entranhado.

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