Dia #33

14.4.20

Eu não tenho muito trabalho, mas consigo arranjar coisas que têm mesmo de ser feitas, como é evidente. Não estou a falar das tarefas domésticas, que essas nunca acabam, refiro-me a ter de responder a mensagens, a alimentar as redes sociais da Vinharia e a confirmar stocks, que é o suficiente para me sentar ao computador e ficar horas a ''trabalhar'', ou seja, a estar no whatsapp a conversar com as amigas, a ler os jornais, a rever o tutorial de tricot, a tentar perceber como funcionam as diferentes plataformas usadas pelas escolas dos miúdos, a deliciar-me com as comidas da quarentena no instagram e a ler cenas sobre a influência da lua e dos astros, em geral.
Por isso, às vezes, decido não trabalhar. Faço como os velhos que se sentam à soleira da porta a ver quem passa, só que no meu caso, sento-me no pátio, num banquinho de madeira, por baixo das cordas da roupa estendida, com uma chávena de café na mão, a cadela em cima do vaso de alecrim, e deixo-me estar ali, até alguém começar a gritar, ou ouvir partir alguma coisa.
Se me apetecer vou ler, ou fazer tricot, que é uma forma de ficar menos deprimida, mas também gosto de andar pela casa a reparar no que fazem eles para fugir ao aborrecimento.
Não tinha reparado, por exemplo, como é bonita a Árvore de Março do Nicolau!

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