Três anos muito bons

6.12.19

A minha filha pediu-me fotografias dos anos 80, em que eu aparecesse com amigos e familiares, por causa de uns figurinos em que está a trabalhar e agora ando aqui comigo aos 18 anos colada a mim. Voltar a estas fotografias, quando passo todos os dias pelo liceu, é como separar camadas de uma bebinca (já agora, podem sempre acompanhar esta iguaria com um colheita tardia, ou um Porto branco envelhecido em madeira. Sim, ando viciada nisto de fazer pairings).
E é como se estivesse a olhar para mim e para a minha filha, com a mesma idade, mas com receitas de bebinca diferentes.
Depois, ela comenta que muita gente da turma dela do 10.º ano da António Arroio se vestia exactamente como a minha turma do 10.º ano da Eça de Queirós e eu fico ainda mais baralhada entre as camadas das diferentes bebincas.
É que o mundo até pode pular e avançar, como na canção, mas há coisas que permanecem: o embate do nascimento de um filho, a dilaceração da perda de alguém, o estonteamento da paixão e, claro, a energia dos 16,17 e 18 anos.
Tenho-me visto a olhar para mim com essa idade de outra forma e apetecia-me tanto entrar no liceu, ou no Mabri, para me dizer ''tu és tão melhor do que pensas, miúda, mas tão melhor!''
Foram três anos muitos bons, estes do 10.º ao 12.º ano, determinantes mesmo. Às vezes cruzo-me com um ou outro professor dessa altura e não consigo deixar de me emocionar.

P.S  Caros amigos do 10.º G? H? desculpem estar a publicar uma foto sem autorização, se for caso disso ponho um daqueles smiles nas vossas caras, sim?


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