Depois de uma semana sozinha com os mais novos, sem televisão, sem computador e sem hidratos de carbono sou obrigada a concluir que realmente é muito fácil viver quando se tem saúde e dinheiro suficiente. É claro que pode ter-se dado o caso de o meu cérebro ter sofrido com a falta dos hidratos (diz que estes são o principal alimento da massa cinzenta), mas como é do conhecimento geral, dar demasiado uso à cabeça é meio caminho andando para a infelicidade.
Passei, portanto, uma semana em que as minhas únicas actividades consistiam em entreter os miúdos, com uma actividade diferente todas as manhãs (brincadeiras na praia de Matosinhos, passeio de metro até ao jardim do Morro, jogar às escondidas no Palácio de Cristal, etc.); depois fazer o almoço, deitá-los para uma sesta, descer para o quintal, dar-lhes banho, fazer o jantar, deitá-los, ler e dormir.
Passou-se assim uma semana relativamente tranquila. Sem grandes desesperos, nem euforias. Tudo sob controle.
Ainda por cima, seiscentas e tal páginas depois, fico a saber que o sentido da vida é a vida não ter sentido e que perfeito é o cenário em que "o homem nasce, trabalha, casa, procria e morre". Muito apropriado.
Também tive de chamar um picheleiro, para mudar a resistência do cilindro, que se lembrava de já ter cá estado. Sabia que em tempos tinha morado aqui um jornalista e tudo. Eu também era jornalista, na mesma altura, mas isso passou-lhe despercebido. Normal.
No quintal vou ganhando algumas batalhas e perdendo outras, mas estou confiante. Eu sei que não parece, olhando para a foto ali em cima, mas se tivessem visto o Antes, concordariam que tenho razões para ter esperança. Pelo menos enquanto não voltar a Lisboa, aos hidratos e a outros vícios.
O teu quintal/jardim parece o meu há dois anos atrás - era capaz de ter mais silvas e fetos gigantes pelo meio - Se precisares de dicas apita!
ResponderEliminarE isto é o jardim depois de muitos dias a arrancar erva e várias plantas infestantes. Enchi uns trinta sacos de 100L, mas ainda devo ter outros tantos para encher...Acho que sozinha não vou lá.
ResponderEliminarConcordo, Calita, sozinha nada feito, os dois manos calabreses bem podem dar uma mãozinha, sempre de terra feita na fotografia :)
ResponderEliminarQue giro ires ao Jardim do Morro. Morei naquela rua até aos vinte e alguns anos. Cresci nesse jardim.. era a minha segunda casa..
ResponderEliminarbjs