Se os filhos são a melhor coisa que me aconteceu? Concerteza que sim. Se são a coisa que me faz sentir melhor? Concerteza que não. Porquê, pergunto-me, se tantas mães (e alguns pais) davam tudo para estar sempre com eles, uma vez que a companhia dos filhos lhes proporciona a maior felicidade do mundo? Ora, a resposta, só pode residir no facto de que ter os filhos ao meu cuidado não acrescenta nada ao meu bem estar, antes pelo contrário, mesmo sabendo que estes momentos que vivemos juntos são únicos.
[OK, já sei, eu devia era ir trabalhar para ver o que é bom e deixar-me de uma vez por todas desta choraminguice, já que eu tive filhos porque quis e fiquei em casa com eles porque quis e ainda por cima sabia que não ia ser fácil, porque há 10 anos atrás passei pelo mesmo, e ainda assim repeti. Repeti, sim, porque vale a pena, mas não é por valer a pena que deixa de ser fodido e portanto choramingo as vezes que me apetecer, tá?]
O melhor é aceitar que "O amor maternal não é mais do que um sentimento humano. E como todos os sentimentos é incerto, frágil e imperfeito. Contrariamente às ideias dominantes, talvez não se encontre inscrito em profundidade na natureza feminina".**
*Título de um estudo, de 1979 de Annie Decroux-Mason, acerca da imagem estereotipada dos papéis maternal e paternal nos manuais escolares franceses.
**Elisabeth Badinter, O Amor Incerto, História do Amor Maternal do Sec. XVII ao Sec. XX, Trad. Miguel Serras Pereira, Relógio D'Água, 1980.
com referências bibliográficas assim, minha cara, choramingas mas choramingas com fundamentação, o que não é para todos. next step: mestrado! ou outro filho, vá.
ResponderEliminar"vá" à lisboeta, não é "vá" toca a ter outro depressinha...
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ResponderEliminarNão nos abandonaste, apesar das ameaças. Ainda bem. Há pouco quem, em tão poucas palavras, consiga encontrar um tom tão pessoal para um blog. Quanto à maternidade, é como tudo, mais complexo do que aquilo que gostaríamos que fosse. C'est la vie!!
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