Chegou

1.9.10
O Jaime chegou. Antes disso, de manhãzinha, fui ao mercado comprar flores para enfeitar a casa e deixei adiantado um caril de gambas para o almoço. Depois da sopa do Isaac, por volta das 11h, fui buscá-lo ao aeroporto com as crianças. Levei um vestido novo e sombra nos olhos. Isto é ficção.
A realidade: O Jaime chegou e eu estou manca, dei um jeito nas costas. A casa cheira a estrugido queimado e os brinquedos do Isaac estão espalhados por todo o lado. Eu fui ao aeroporto de táxi (como eu odeio taxistas, santo deus!), com um carro estacionado à porta e a chave na gaveta da consola, porque não sei conduzir, apesar de ter carta de condução. E não levei vestido nenhum, fui com as únicas calças de ganga que me servem (as de grávida), o cabelo oleoso e buço. Até as caxineiras, que são mulheres que têm toda a legitimidade para usar bigode, tiram o buço quando os homens chegam do mar, e eu fui buscar o meu neste estado.
Mas é assim a vida, um dia serei uma dona de casa como deve ser, até lá sou eu assim.

2 comentários:

  1. Antes assim do que dona de casa como deve ser. E a casa nem precisava de flores nem tu de vestido. Foi bonita a recepção no aeroporto. Quem viu (o carrinho da bagagem a descer sozinho a rampa da chegada enquanto nos abraçávamos) pensou, por certo, que o homem chegava do ultramar depois de uma missão de longos anos.
    Como deve ser é isto. Apesar de ela manquinha, ele com sonos trocados mas encantados com o sorriso das crianças. O resto é ficção.

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  2. Como no filme "O amor acontece".

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